Familiares de taxista fazem caminhada exigindo justiça
Movimento ocorreu na tarde ensolarada de sábado, percorrendo a rua dos Andradas, passando pela Matriz e indo até a capela da Santa Casa de Misericórdia
Os familiares do taxista Márcio Guimarães – uma das seis vítimas dos latrocínios cometidos por Luan Barcelos, réu confesso que está preso aguardando que o Ministério Público ofereça denúncia ao judiciário – aproveitaram a tarde de sábado, 27, para chamar atenção da comunidade. Eles percorreram a rua dos Andradas, logo após concentração no Largo Internacional, dirigindo-se até a igreja Matriz, onde uma missa seria rezada pelo padre Airton Machado Gusmão, titular da paróquia, mas, em função do horário, a celebração religiosa foi transferida para a capela da Santa Casa de Misericórdia, onde ocorreu ao fim da tarde.
Os parentes e amigos do taxista, após algumas palavras de conforto e fé do padre Gusmão, percorreram em completo silêncio a rua dos Andradas, a partir do ponto de concentração, portando faixas e todos usando camisetas brancas estampadas com a fotografia de Guimarães. A manifestação teve como objetivo cobrar das autoridades celeridade na denúncia, julgamento e condenação do réu confesso, sendo escolhida a tarde de sábado em função de ser um período de extrema movimentação de pessoas, justamente na véspera da data em que o crime completou 30 dias.
Taxistas do centro da cidade, consultados, opinaram que poucos eram os profissionais que sabiam da manifestação, em função da mesma ter sido organizada somente pela família de uma das vítimas; mas não descartaram possibilidades de associação a outros movimentos do gênero, pressionando pela punição a ser ministrada pelo judiciário.
Os familiares de Guimarães, mesmo na frente da Santa Casa, preferiram manter o silêncio, exceto pela esposa do taxista, Karen Julya, que, abordada pela reportagem de A Plateia, informou os objetivos da mobilização.
Em um depoimento curto, ela relatou que a família decidiu organizar o ato com a finalidade de marcar os 30 dias do crime e mostrar às autoridades que os fatos jamais serão esquecidos.
“Nosso movimento é contra a impunidade, porque domingo faz 30 dias, e nada mais foi falado sobre os crimes. É um questionamento às autoridades e, pelo menos de parte do Márcio, a gente vai continuar cobrando. E cobramos também das autoridades segurança para quem trabalha no volante, principalmente à noite” – referiu ela.
“Prova disso é que percorremos toda a Andradas, num movimento bárbaro e não vimos sequer um brigadiano. Isso, sem falar nos bairros e vilas, de noite, não só no Armour, no Wilson, ou em outros lugares, mas em toda a cidade. Não é só pela família, nem só pelo acontecido que precisamos lutar, precisamos fazer valer os direitos que temos e segurança é, no mínimo, um deles” – concluiu Julya.