O Conto

O iogue Raman era um verdadeiro mestre na arte do arco e flecha. Certa manhã, ele convidou seu discípulo mais querido para assistir a uma demonstração do seu talento. O discípulo já vira aquilo mais de cem vezes, mas mesmo assim, obedeceu ao mestre.
Foram para o bosque ao lado do mosteiro. Ao chegarem diante de um belo carvalho, Raman pegou uma das flores que trazia no colar, e colocou-a num dos ramos da árvore.
Em seguida, abriu o alforje e retirou três objetos: um magnífico arco de madeira preciosa, uma flecha e um lenço branco, todo bordado em lilás.
O iogue então se posicionou a uma distância de cem passos da árvore, de frente para o alvo, e pediu ao discípulo que o vendasse com o lenço.
O discípulo fez o que o mestre ordenara.
“Quantas vezes você já me viu praticar o nobre e antigo esporte do arco e flecha?” – perguntou.
“Todos os dias”, respondeu o discípulo. “E sempre o vi acertar na rosa, a uma distância de trezentos passos”.
Com os olhos cobertos pelo lenço, o iogue Raman firmou os pés na terra, distendeu o arco com toda a sua energia – apontando na direção da rosa colocada num dos ramos do carvalho – e disparou.
A flecha cortou o ar, provocando um silvo agudo, mas sem atingir a árvore, errando o alvo por uma distância constrangedora.
“Acertei?“ disse Raman, retirando o lenço que cobria os olhos.
“O senhor errou, e por uma grande margem”, respondeu o discípulo. “Achei que ia me mostrar o poder do pensamento, e sua capacidade de fazer mágicas”.
“Eu lhe dei a lição mais importante sobre o poder do pensamento”, respondeu Raman. “Quando desejar uma coisa concentre-se apenas nela: ninguém jamais será capaz de atingir um alvo que não consegue ver”.

O FATO

O jornalista francês Frédéric Lenoir pergunta ao sociólogo ateu Jacques Ellul, se é possível viver numa sociedade onde se consiga ignorar por completo a ideia de religião.
- Nós podemos dizer: “Se Deus não existe, então não há porque se preocupar com religião”. Entretanto, resta o problema do se. Ninguém garante que Deus existe, mas também não afirma a sua inexistência. A escolha espiritual passa a ser uma aposta. Eu não creio, o abade Pierre crê. Qual seria o propósito desta discussão, já que ambos procuramos ajudar na criação de um mundo melhor?

A REFLEXÃO

De Robin Sharma (em “O monge que vendeu sua Ferrari”):
Existe uma simples palavra que sintetiza todo o sentido da vida. Ela é a Paixão. Devemos carregá-la escrita na testa, a cada minuto do dia, porque é o fogo sagrado da Paixão o combustível mais potente dos nossos sonhos. A sociedade se empenha em minimizar o sentido dessa palavra, mas nós devemos lutar para mantê-la viva.
Se quisermos ter uma vida miserável, devemos renunciar às coisas pelas quais somos apaixonados, e passar a trabalhar por obrigação.
Eu não estou me referindo à paixão romântica – embora isso também seja importante para uma existência inspirada – e sim em permitir que o entusiasmo penetre em tudo o que fizermos. Quando isto acontece, não pensamos em passado ou futuro: pensamos no que se passa conosco naquele momento.

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