Diretor do Gabinete de Inteligência do RS reúne-se com Delegado Regional e autoridades policiais de Rivera

Polícia ainda não tem suspeito, mas admite que pode haver ligação entre os assassinatos dos taxistas ocorridos na Fronteira

Delegado regional da 12ª Delegacia Regional da Polícia Civil, Eduardo Sant’Anna Finn

O delegado regional da 12ª Delegacia Regional da Polícia Civil, Eduardo Sant’Anna Finn esteve reunido, ontem (1°), com o delegado de polícia Emerson Wendt, diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Polícia Civil do RS, e com o delegado Gustavo Bermudes Menegazzo da Rocha, que vieram especialmente para tratar sobre o triplo assassinato dos taxistas, ocorrido na madrugada de quinta-feira (28 de março), na Fronteira da Paz. A reunião técnica contou, ainda, com a presença do delegado Róger Bittencourt Tavares, da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), e das chefias de Polícia de Rivera.

Na oportunidade, um mapeamento dos crimes e os principais avanços da investigação até o momento foram apresentados aos policiais. O delegado Eduardo Sant’Anna Finn destacou que é bastante provável que tenha ocorrido uma queima de arquivo na cidade e que também não está descartada, completamente, a ligação de alguma pessoa com os crimes ocorridos recentemente em Porto Alegre, onde também foram mortos três taxistas.

O Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos – GIE – é órgão em nível de departamento na estrutura da Polícia Civil, integrante do subsistema de inteligência do Estado. A ele compete prestar assistência e assessoramento ao Gabinete do Chefe de Polícia e coordenar os órgãos da Polícia Civil em matéria de inteligência policial e análise criminal.

Entrevista

A Plateia: Em que sentido as investigações avançaram?
Finn: Inicialmente, nós temos trabalhado intensamente desde quinta-feira. Estamos juntando todas as comprovações necessárias, e já temos dezenas de pessoas, que estão sendo ouvidas na 1ª Delegacia de Polícia. Estamos mapeando todos os pontos possíveis, retirando todos os extratos e as respectivas voltas que os táxis fizeram naquela noite. Além disso, vamos ouvir o maior número possível de testemunhas, às quais os motoristas, de uma forma ou outra, estavam relacionados.

A Plateia: A Polícia já sabe se há uma conexão entre as vítimas ou ainda trabalha com a hipótese de latrocínio?
Finn: Existe alguma conexão sim, embora haja diferenças muito fortes entre eles. Mas tem um “fio condutor” que une isso tudo.

A Plateia: A motivação dos crimes estaria ligada ao tráfico de drogas ou ao contrabando?
Finn: Está ligado ao transporte de mercadorias ilegais.

A Plateia: As três vítimas foram mortas na chamada queima de arquivo?
Finn: É possível que alguém tenha sido eliminado para atrapalhar as investigações. Mas é bastante provável que tenha ocorrido, realmente, uma queima de arquivo e está dentro das hipóteses apuradas no momento.

A Plateia: Os tiros que mataram os taxistas saíram da mesma arma?
Finn: Sim, o mesmo calibre das três vítimas.

A Plateia: Os crimes de Livramento podem ter alguma relação com os de Porto Alegre?
Finn: Não teria sido a mesma arma da execução em Porto Alegre, mas não se pode descartar completamente a hipótese de que alguma pessoa possa ter uma ligação de Livramento com Porto Alegre.

A Plateia: Quais as peculiaridades que mais chamam a atenção neste caso?
Finn: Em princípio, o criminoso teria usado a mão direita e seria, em tese, a mesma pessoa nos três assassinatos. O período de tempo a ser considerado é de 4 horas entre a primeira e a última morte.

A Plateia: A Polícia já analisou as imagens das câmeras de segurança de um dos veículos?
Finn: Hoje (ontem), recebemos as primeiras imagens. Elas ainda são parciais e vamos tentar colocá-las dentro de uma ordem cronológica, para que se possa montar esta sucessão de fatos. Do veículo temos imagens que foram apagadas, mas temos imagens interiores, de um tempo antes, e vamos analisar os deslocamentos que ele costumava fazer, até mesmo aquelas ocorridas e que não eram relatadas à base.

A Plateia: A Polícia trabalha com um suspeito ou um grupo de suspeitos?
Finn: Mais de uma pessoa, seguramente, pela forma, pelas marcas que uma das vítimas possuía, a qual uma pessoa sozinha não poderia ter feito. Inclusive, uma das vítimas foi agredida.

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