Medidas para aumentar a transparência já são adotadas nas agências bancárias em Livramento

Novas medidas para transparência bancária

Os clientes de bancos, especialmente aqueles que buscam a contratação de serviços, como financiamentos, por exemplo, ganharam uma nova ferramenta para auxiliar no controle das contas, através de medidas consideradas mais transparentes. Após o lançamento do Plano Nacional de Consumo e Cidadania, anunciado pela presidente Dilma Rousseff, e da assinatura de um decreto que propõe transparência total nas transações feitas pelos bancos, o CMN – Conselho Monetário Nacional aprovou três resoluções que visam “aumentar a transparência” das informações na contratação de serviços bancários, de operações de crédito e de câmbio. A medida busca informar a composição total dos custos financeiros no crédito, como juros e encargos, além de possibilitar a comparação entre fornecedores dos mesmos serviços, segundo informações do Banco Central.

Para o gerente da agência da Caixa Econômica Federal em Livramento, Tiago Nene, o aumento no tamanho das letras nos contratos, por exemplo, medida já aplicada na cidade e em outras localidades do País, é apenas um dos itens que tem a finalidade de facilitar a vida dos clientes e aprimorar ainda mais o relacionamento de forma transparente.

Entrevista
Por e-mail, Tiago Nene respondeu alguns questionamentos que ajudarão a esclarecer ainda mais os santanenses sobre as novas mudanças.

A Plateia: Como funcionará, a partir de agora, o sistema de transparência nas transações bancárias?
Tiago Nene: Há muito tempo o sistema financeiro e, junto dele a CAIXA, praticam a transparência nas operações. Porém, algumas instituições ainda não o faziam. Às vezes, as pessoas compram em uma loja, via crediário, mas não percebem que há uma instituição financeira por trás daquela operação, fato que muitas vezes não gerava a pergunta por parte do cliente: “De quanto é o juro efetivo que estou pagando?”. Elas compravam um carro a uma taxa de juros bem legal, bem baixa mesmo, mas não percebiam que estavam pagando uma taxa de cadastro generosa para a instituição financeira e, que no fim das contas, a taxa de juros efetiva é muito diferente daquela que havia sido noticiada. Eu mesmo já identifiquei vários casos. Muitas vezes, a necessidade de dinheiro ou de adquirir um bem faz com que as pessoas fechem os olhos e comprem, sem perceber que existem melhores opções no mercado.

A Plateia: Qual a principal mudança para os clientes?
Tiago Nene: Eu considero que a principal mudança está na correta identificação do custo do que se está pagando para ter acesso ao crédito. Acho que as pessoas devem mudar o pensamento de consumo e entender que não é somente saber se dá para pagar a prestação, elas têm que saber quanto isso representa no fim das contas. Se aquele veículo custou o quanto valeu.

A Plateia: Os funcionários já estão orientados a informar os clientes sobre as mudanças?
Tiago Nene: Nós não tivemos mudanças neste momento, até porque já estávamos dentro das orientações da FEBRABAN. Eu lembro que, há mais ou menos 5 anos, quando iniciaram as primeiras mudanças na CAIXA, uma delas foi o tamanho da letra dos contratos. Um contrato simples mais que dobrou o número de páginas, ou seja, na CAIXA não há contratos com letras miúdas. Outros fatos novos foram as nomenclaturas dos juros: além do juro ao ano, no contrato, há também o CET, Custo Efetivo Total. Em um financiamento habitacional, para uma pessoa com mais idade, o CET fica totalmente diferente da taxa do contrato. Os empregados da CAIXA estão aptos a informar os clientes, sim.

A Plateia: Qual a importância de ter processos mais transparentes para os bancos e clientes?
Tiago Nene: O maior ganho é dos clientes, eles ficam sabendo quanto é o CET e podem comparar os dados entre as instituições, sem medo de errar. Para os Bancos que realmente se preocupam com o cliente, que buscam oferecer o menor juro, que visam ser a melhor opção ao cliente, ficou mais simples de apresentar a taxa. Ocorre que, no meu entendimento, muitas pessoas continuam habituadas a não olhar para o que estão assinando. Eu lembro de uma ocasião em que uma senhora veio com uma reclamação sobre uma financeira, e no fim das contas eu disse pra ela que fosse à polícia, porque ela tinha sido roubada.

A Plateia? Por que é importante que os clientes saibam o CET (Custo Efetivo nas Transações)?
Tiago Nene: Tem um ditado que diz: “Negócios às claras mantêm os amigos!”, e é simples assim. Nenhum cliente pode dizer que foi enganado depois de assinar, mas antes de assinar ele tem que ler o contrato e saber o teor do mesmo. Aproveitando a oportunidade, quero dizer aos leitores que não é somente a taxa de juros do empréstimo que eles devem observar. Os poupadores devem olhar com atenção as promessas mirabolantes de rendimento sobre aplicações financeiras, pois não existe mágica, se os juros ao consumidor baixam, os rendimentos das aplicações baixam também. Se um dia o juro for praticamente ZERO, o rendimento de aplicações em Renda Fixa também será. Além disso, o cliente deve ter muito cuidado em relação à instituição em que ele está colocando o seu dinheiro, ver se essa instituição está apresentando resultados sólidos ou está buscando dinheiro no mercado a qualquer custo. Isso é um sinal claro de dificuldades de fluxo dentro da instituição. Digo isso porque há um limite de valor aplicado em poupança e em CDB que possui garantias do Banco Central, ou seja, o BACEN garante que este valor o cliente não perderá. O valor é de até R$ 70.000,00, além desse patamar, quem garante que o dinheiro está lá aplicado é a própria instituição onde você escolheu aplicar. Daí a importância de conhecer a empresa onde você está colocando as suas economias. Já dizia outro ditado: “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando!”.

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