Câmara Municipal realiza sessão final para encerrar a legislatura

Saiba qual o destino dos vereadores que não conseguiram chegar à reeleição

A Câmara de Livramento, sob a presidência do vereador Germano Camacho (PTB), realizou na última quarta-feira, a última sessão legislativa com 10 vereadores. Entre os destaques de pauta, a aprovação do orçamento para 2013, encaminhado pelo Executivo Municipal. Os trabalhos marcaram também a despedida dos vereadores Sérgio Moreira (PDT), Bernardo Fontoura (PDT) e João Batista Conceição (PSB), que não alcançaram número de votos suficientes para a reeleição em 7 de outubro passado. Também se despediram das funções de vereadores Glauber Lima (PT), prefeito eleito, Edu Olivera (PSD), vice-prefeito eleito; e Nelmo Oliveira (PSB), que concorreu à prefeitura por sua sigla.

Maria Helena Duarte (PDT), Lídio Mendes (PTB), Germano Camacho (PTB) e Carine Frassoni (PMDB) renovaram, nas urnas, por mais quatro anos, a representação popular que receberam para o exercício da atividade parlamentar.

A partir de 1º de janeiro, além dos quatro reeleitos, ingressam no poder Danúbio Barcellos e Carlos Nilo Coelho, do PP; Hanney Cavalheiro e Jason Flores, do PMDB; Dagberto Reis, Aquiles, Jansen Nogueira e Itacir Soares, do PT; Maurício Galo Del Fabro, do PSDB; Gilbert Xepa Gisler, do PDT; Tatiane Marfetan, do PTB; Hélio Bênia e Ivan Garcia, do PSB. 

Vereador Bernardo Fontoura

Os não eleitos 

A fim de saber os rumos que pretendem tomar aqueles legisladores não reeleitos, cujos mandatos findam em 31 de dezembro, foram realizados contatos com quatro deles. De início, a reportagem falou com o vereador Bernardo Fontoura que, naquele momento, iniciava um deslocamento no trânsito. Em função disso, não pôde conversar, por volta das 11h20 de ontem, sendo combinada nova chamada. Até o fechamento desta edição, haviam sido realizadas outras quinze chamadas para o telefone do vereador, até 13h54, obtendo-se a resposta de que o aparelho estava desligado ou fora da área de cobertura. Em outra oportunidade, se assim o desejar, o legislador poderá se manifestar.

 

Vereador Sérgio Moreira

O vereador Sérgio Moreira afirma que não tem mágoas, ressentimentos ou revolta. “Estou tranquilo e mesmo sem mandato vou continuar trabalhando pela comunidade, seja no Movimento de Preservação da Ferrovia, gratuitamente, ou em qualquer outra instância” – disse ele. O pedetista afirma que é muito grato à comunidade santanense, pois completou seis mandatos como vereador e ressalta que foi prejudicado por uma série de episódios. “Vou provar minha inocência na Justiça e tenho a tranquilidade de que nada de errado fiz em minha vida pública. Faltaram 23 votos somente para que eu fosse reeleito e isso faz parte do contexto democrático. Ao longo dos mandatos, construí várias ações, parcerias, projetos em benefício da comunidade e, mais recentemente, a questão do trem de turismo, que se concretizará em breve, pois já está entrando em funcionamento o sistema de trem de cargas” – refere. Comentou também sobre a emenda de alteração do Plano Diretor que propôs e foi acolhida, no sentido de transformação do complexo industrial da antiga Swift Armour de Zona Cultural para Zona Industrial, projeto esse que está bem avançado e, em breve, a comunidade terá condições de conferir os resultados, com novos empregos e circulação na economia local.

Moreira destaca que voltará a exercer sua profissão, como contador. “Já estou estruturando meu escritório e trazendo clientes que repassei a um colega. Politicamente, sim, pretendo retornar, pois estou convicto de que serei absolvido pela Justiça na questão dos combustíveis. Devolvi o valor e fiz o que todos já fizeram, no intuito de colaborar, de ajudar. Jamais tive má fé” – declara, salientando que dedicará os próximos meses a sua vida pessoal e profissional, deixando as ações partidárias em segundo plano, sem, entretanto, abandoná-las. “Quero colaborar com o governo eleito e tenho muito a contribuir, mas, por enquanto, como cidadão; de fora, praticando a política de forma comunitária” – concluiu.

Vereador João Batista Conceição

O vereador João Batista Conceição afirma que cumpriu à risca, ao longo do mandato, com todas as funções legislativas. “Estive presente em 99% das sessões, fazendo a função do legislador, apresentando propostas, emendando projetos, relatando, fiscalizando a aplicação orçamentária, mesmo no ano eleitoral, em que são sabidas as dificuldades antes e durante a campanha, quando a Câmara sofre um esvaziamento, já que o trabalho dos vereadores se acentua ainda mais. Fui efetivo e cumpri de maneira produtiva este mandato, contribuindo com uma série de leis” – refere. Conceição atribui sua derrota numérica nas urnas em 2012 a erros de campanha. “Claro que se não conseguimos reeleição houve má condução na organização da campanha, embora tivéssemos mais estrutura do que quem não era vereador. A verdade é que as pessoas mostraram que queriam renovação, embora essa renovação viesse ao natural. Respeito a decisão da população. Claro que entristece, mas mesmo não gostando, preciso respeitar o que os santanenses decidiram nas urnas. Não é uma crítica, mas a população precisa acompanhar mais de perto o trabalho do legislador e ver quem é propositivo. Isso é algo que precisa ser valorizado, pois não se deveria votar no nome e número de quem é simpático, visível, participativo e presente, mas sim em quem mantém trabalho de propostas: agentes políticos propositivos, como nós sempre fomos” – pondera.

Batista Conceição afirma que vai retomar a advocacia, pois estava impedido de exercê-la em função de ter cargo na mesa diretora da Câmara, assim como volta para a sala de aula, já que é professor. “Tenho 25 anos de magistério, 23 em escola pública; só não me aposentei em função da mudança de lei. Também quero voltar a escrever. Produzir alguns livros. Evidentemente, não vou me afastar da política, pois após dois mandatos como vereador, duas disputas, ao Senado e a deputado estadual, tenho que dar continuidade ao processo político que irá nos levar a um novo mandato no futuro” – refere.

O legislador socialista afirma lamentar o fato de não haver nenhum vereador negro. “Foi o que me motivou, entre outros fatores, a ingressar na política: a falta de candidatos negros. Foi difícil, mas consegui me eleger em duas oportunidades, representando o negro e hoje, vejo, satisfeito, por um lado – que muitos candidatos negros disputaram o pleito, por vários partidos – mas não foi eleito um representante, o que por outro lado, é triste” – opina. Batista Conceição também faz referência ao fato de que houve uma cisão em sua base de apoio, já que havia várias candidaturas de negros. “Houve divisão, pois trabalham onde eu sempre trabalhei, no Carnaval, no Farroupilha, nas escolas de samba. Mas, o fato é que preciso agradecer pelos dois mandatos e, triste com a derrota, entendendo que é assim, é o processo é o momento de fazer uma reflexão mais ampla” – conclui.

Vereador Nelmo Oliveira

O vereador Nelmo Oliveira, que concorreu a prefeito pelo PSB, afirma que ao término do mandato fará uma reflexão muito profunda. Uma certa decepção é visível nas palavras do legislador, cujo mandato conclui no próximo dia 31. Ele considera que ocorreram muitas situações durante a campanha que dificultaram ainda mais sua participação na disputa, sobretudo no ambiente de governo e partidário. “Respeito a decisão da comunidade santanense profundamente, mas tenho convicção de que fiz uma campanha propositiva, como foi meu mandato de vereador, falando a verdade, sempre; de cara limpa, sem ofender ou fazer acusações, mas o próprio partido não deu sustentação plena à candidatura a prefeito” – destaca o vereador. Questionado sobre o papel do PSB e, principalmente, do governo, deixa claro. “Sim, o próprio presidente do partido deixou claro na nossa última convenção que o governo não apoiou o candidato a prefeito e, eu, nessa condição, fiquei com o ônus por completo” – refere Nelmo. Advogado, músico e radialista, ele afirma que ainda não decidiu se pretende continuar ou deixar a política definitivamente, pois quer refletir durante os primeiros meses do ano vindouro. Pretende retornar às atividades profissionais e, depois, vai decidir sobre sua participação e a continuidade, ou não, no PSB.

 

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