Tecnologia e informação: ferramentas que podem levar poder ao campo

Para os mais jovens, o uso de ferramentas tecnológicas pode ser a saída para mudar o panorama atual


“Tem cada vez menos jovens no campo. Eu acho que falta estrutura. Por exemplo, hoje em dia nas estâncias, em boa parte delas, encontra-se apenas o básico. Em outubro passado, eu resolvi deixar o trabalho em uma estância e voltei para a cidade, porque muitas vezes não tínhamos comunicação”. Édila Figueira Oliveira, 30 anos, desde criança trabalha no setor rural e é uma jovem acostumada com a lida, muitas vezes bruta, mas que cada vez mais entende a necessidade de se socorrer das novas tecnologias. “O campo precisa ser mais estruturado. Caso contrário, os jovens vão permanecer cada vez menos trabalhando nas propriedades e isso vai ser muito ruim. Agora eu trabalho como cabanheira e tenho uma rotina de trabalhar os cavalos. Faço isso já há cinco meses, mas se tivesse oportunidade voltaria novamente para o campo”, diz a jovem, que não escondeu o sorriso de quem demonstra felicidade e gosto no que faz diariamente.

O depoimento da jovem Édila vai ao encontro dos dados revelados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que apontam que cerca de 30% das propriedades não estão preparando jovens sucessores, que pela falta de atrativos e tecnologia, acabam optando por outras profissões e deixam de atuar nas propriedades das famílias. A falta de investimento em infraestrutura, da entrega de ferramentas que conectem com mais velocidade o campo com a cidade, são os principais vilões do afastamento cada vez maior de um número grande de jovens que poderiam dar parcelas maiores de contribuição ao agronegócio, mas desestimuladas não se interessam pelo setor. Segundo o discurso do presidente da Emater, Lino de David, já existem atualmente várias políticas, mas o jovem ainda não está atrelado a ela. “Podemos trabalhar com uma lógica de que o Estado entre com um subsídio maior do que aquele que já existe. O Estado pode subsidiar programas com 15% a 20%. Precisamos acompanhar e estruturar as políticas públicas. Agora, para ele ficar, temos que começar a fazer atividades nas escolas. Temos que ir nas salas de aula e perguntar o que os jovens querem fazer nas propriedades. A eles, temos que fazer um trabalho orientado para que estes tenham sua visão ampliada do que querem para o futuro”, finalizou Lino de David.

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

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