Hortaliças orgânicas ainda têm espaço de destaque no paladar dos consumidores exigentes
Alface, salsa, cebolinha, pimentão, couve, cenoura e no entorno da área de, aproximadamente, meio hectare, algumas frutas e o ar sereno, tranquilo e reverente da vida que só pode ser vivida no interior. Inserido neste quadro pintado naturalmente com o passar dos anos, há exatos 56 anos, Joel Carneiro Braz. Aposentado, 68 anos de idade e uma vida inteira dedicada às hortaliças. Da sua horta, hoje, segundo ele pequena, e de onde tira parte do sustento da família, pouco é comercializado, em razão das dificuldades impostas pelo mercado. “Minha produção é levada para a Praça General Osório. Lá vendemos o que é possível vender, mas muita coisa acaba se perdendo porque não temos mais tantos compradores assim. As pessoas preferem, muitas vezes, comprar nas grandes redes, pela facilidade de pagamento. Enquanto isso, os pequenos produtores vivem dias difíceis”, afirma o santanense, que lembra com saudade do tempo em que circulava pela cidade com caixas e mais caixas de alface, que tinham venda certa e garantida. Joel, que criou os quatro filhos com o fruto do trabalho realizado de sol a sol em sua lavoura, diz que hoje a horta é uma grande terapia e o ajuda a passar o tempo. “A estiagem deste ano castigou muito os produtores, mas a gente vai levando, do jeito que dá”, disse Joel, do auge de sua sabedoria, assimilada durante mais de 50 anos na lida com a terra.
Horta preparada na propriedade situada na estrada Robledo Braz, chama a atenção de quem passa pelo local
Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com
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