Mulher no comando. De bancária a comandante de helicóptero na PRF

Aos 44 anos de idade, a alegretense que foi caixa de banco há 17 anos ocupa um dos postos mais cobiçados da Polícia Rodoviária Federal e domina os helicópteros

A comandante Cardona falou com a reportagem momentos antes de sair em missão

Em um universo reconhecidamente dominado pelos homens, o da aviação, nem tão sutil como poderiam desejar alguns, as mulheres ganham cada vez mais espaço e já ocupam, com reconhecido destaque, postos que há poucos anos atrás somente poderiam ser ocupados por aqueles cuja certidão de nascimento estabelece como nascidos sob o sexo masculino. Sant’Ana do Livramento está tendo, nestes dias de operação Sentinela, a presença de dois helicópteros da Polícia Rodoviária Federal, sob a competência e liderança da comandante Gilda Cardona. Natural da cidade de Alegrete, a comandante de uma das aeronaves que estão diariamente sobrevoando a Fronteira em mais uma missão, falou na tarde de ontem com a reportagem de A Plateia, momentos antes de mais uma decolagem.

Entrevista

A Plateia: Existe preconceito na sua área?

Gilda Cardona: Não. na minha equipe não. Acho que porque fizemos o treinamento juntos. Talvez por isso eu não sinta preconceito.

A Plateia: Como foram os passos antes de pilotar helicópteros?

Gilda Cardona: Antes, eu era motociclista aqui no Rio Grande do Sul. Depois, fui para Salvador, e depois Brasília, onde permaneci durante vários anos. Fui batedora e escolta – aliás, entrei para a Polícia já no grupo de motos. Antes de ser policial, eu era bancária. Agora, já são 17 anos na Polícia Rodoviária Federal.

A Plateia: Quais os desafios da profissão?

Gilda Cardona: São vários, mas em tudo que tem padronização e que tem preparação, essas dificuldades são reduzidas. Hoje, a dificuldade não é tão grande quanto era antes.

A Plateia: Como você encara a questão do preconceito?

Gilda Cardona: Eu mesmo já escutei muitas piadas, mas não encaro isso como um problema. Hoje, a Polícia Rodoviária Federal abre espaço para todos que queiram de verdade e se dediquem. Vejo que a PRF não favorece as mulheres que seleciona.

A Plateia: A senhora hoje faz o que gosta? Sente medo?

Gilda Cardona: Sim, eu amo o que faço. O medo faz parte da necessidade de impor os limites que todos temos. É o medo que nos coloca esses limites e ensina que não podemos desafiar as máquinas para não sofrermos acidentes.

Cleizer Maciel

cleizermaciel@jornalaplateia.com

 

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1 Comentário

  1. balla

    Gostaria de fazer uma pergunta tecnica: As aeronaves tem GPS? Os tripulantes tem treinamento para saber usar o GPS? Se a resposta for afirmativa, gostaria que me explicassem por que invadiram o espacio aereo Uruguaio para interceptar um veiculo a 30 km para dentro do Uruguai?????
    E Brincadeira que adianta fazer greve para pedir tecnologia se nao estao preparados para usar?? Vergonha

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