“Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘c…’ Pode ter certeza disso!” Fernando Cavendish, dono da Construtora Delta, opinando sobre políticos

CRISTINA CHÁVEZ

A presidente da Argentina Cristina Kirchner na impossibilidade de resolver a gravíssima crise econômica de seu país resolveu criar uma confusão externa com a Espanha, provavelmente um dos países mais amigos dos nossos vizinhos.

A Espanha está para a Argentina assim como Portugal está para o Brasil e, por isso mesmo, as relações de amizade entre esses países extrapola até as clássicas relações diplomáticas. São relações de fraternidade de nações, algo raro nos dias de hoje.

Dona Cristina, a pretexto de uma soberania energética, retomou a YPF (A Petrobrás argentina, numa comparação livre) que fora privatizada em 1999, depois de uma venda em leilão público para a Repsol, empresa do mesmo ramo controlada por investidores espanhóis.

A Espanha vinha acompanhando de perto as manobras do governo argentino e Cristina Kirchner já recebera um recado do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy: “Um ataque aos interesses da YPF-Repsol serias interpretado como um ataque ao próprio Estado espanhol”.

A resposta da presidente da Argentina não se fez esperar: “Esta presidente não vai responder a nenhuma frase insolente que alguns disseram. Sou Chefe de Estado e não uma patotera” (o mesmo sentido em gíria brasileira: patota, gang juvenil, por aí…)

Na prática, Cristina Kirchner compra uma briga com o empresariado internacional e uma missão da Comunidade Européia já cancelou uma visita à Argentina, depois da medida tomada pelo governo argentino.

A Argentina enfrenta uma inflação anual que pode atingir a 30%, uma taxa de desemprego de 7% e uma crise doméstica que se reflete em gôndolas vazias em alguns dos melhores supermercados. Os importadores enfrentam restrições afetando o consumo, já que o governo controla todos os pedidos de importação.

Cristina tentou reativar o slogan “Malvinas Argentinas” por ocasião da passagem dos 30 anos da guerra contra os britânicos, mas os argentinos só querem esquecer a derrota sofrida e nada os motiva a outra aventura com a de abril de 1982.

Agora, CK arranjou outro inimigo externo, a Espanha, retomando a YPF. Vai se incomodar, sem dúvida alguma. A presidente argentina cada dia que passa fica mais parecida com Hugo Chávez.

PETROBRÁS ATENTA

O ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, não viu qualquer ameaça à Petrobrás na atitude Cristina Kirchner retomando a YPF-Repsol dos espanhóis. “Não está na minha preocupação qualquer atitude de encampação ou de nacionalização dos interesses da Petrobrás na Argentina”, disse Lobão, que vai se encontrar com seu colega argentino, Julio De Vido, nesta semana, em Brasília.

ACOSTUMADA A ISSO

Quando Evo Morales tomou pela força refinarias da Petrobrás na Bolívia, o Brasil achou normal. O ministro Edson Lobão até já tem uma saída caso algo semelhante aconteça na Argentina: “Se essa for uma política do governo da Argentina, não teremos também nada a reclamar”.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.