Trabalhador da colheita das maçãs faz denúncia de trabalho escravo, em SC

Ocorrência policial foi registrada pela esposa da vítima, que relatou ainda que uma pessoa do grupo acabou morrendo

Trabalhador santanense relatou à esposa que está sendo impedido de deixar o local

A Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) recebeu, no domingo (4), a denúncia de um suposto caso de trabalho escravo, ocorrido em uma das empresas da colheita das maçãs, localizada no estado de Santa Catarina.

A comunicação foi realizada pela esposa da vítima, de 50 anos de idade, que reside no Povinho do Armour, que também informou a morte de um dos trabalhadores da equipe, em razão de uma doença, a qual não soube informar à Polícia local.

Conforme estas informações, a comunicante disse que neste início de semana recebeu a ligação do seu marido, também com 50 anos de idade, o qual informava que estava sendo impedido de sair do local de trabalho pelos contratantes. O motivo da negativa seria uma suposta infecção por algum tipo de vírus ou doença, que teria, inclusive, matado um dos integrantes do grupo de trabalhadores da colheita, o qual não soube informar maiores dados.

O trabalhador santanense relatou à esposa que ao chegar na empresa contratante, na cidade de São Luiz, em Santa Catarina, foram tratados de forma inadequada, recebendo, inclusive, alimentação estragada. O salário combinado na saída de Livramento era menor, e quando iniciou o surto de doença no grupo, os trabalhadores foram informados de que teriam que pagar pela consulta médica.

Após repassar estas informações para sua esposa em Livramento, o trabalhador rural foi orientado por ela que abandonasse o local e voltasse para casa o quanto antes, ao que o trabalhador relatou que não poderia, já que estavam impedindo o pessoal de deixar a localidade.

A comunicante procurou, ainda, por informações no Sine da cidade, onde recebeu a notícia de que naquela cidade estava tudo transcorrendo conforme o combinado e não tinham informações sobre qualquer denúncia de trabalho escravo.

Ainda conforme informações repassadas pela comunicante, o surto de doença na colheita das maçãs seria possivelmente de meningite.

O delegado titular da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento, Othelo Saldanha Caiaffo, disse na tarde de ontem que já estava encaminhando ao órgão competente daquele estado informações a respeito desta denúncia, para que a empresa e a localidade onde ficam os trabalhadores santanenses fossem investigadas.

Por telefone, a esposa do trabalhador se mostrou bastante preocupada com a situação do marido, e disse que acreditava que algo estaria ocorrendo de muito errado, já que o mesmo havia ido outras vezes para trabalhar na colheita e nunca relatou caso semelhante. “Meu marido não é de se queixar, então se ele me ligou denunciando este tipo de fato, algo sério está mesmo ocorrendo naquela cidade”, confirmou a santanense.

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1 Comentário

  1. adriana

    oq esta acontecendo com o povo da fronteira se chama desrespeito das autoridades do estado e municipio,que nao dao condiçoes de seus conterraneos trabalhar no lugar onde vivem e sao praticamente forçados a virar escravos em outro estado, para poder dar o minimo de dignidade para seus familiares… uma fronteira que recebe todos com carinhoe respeito nao pode deixar que seus moradores saiam para passar trabalho e humiliçao em outro lugar, agora foi descoberto mas quantos casos acontecerao em colheitas por ai a fora e nao forao descobertos ou por ameaças ou porque nao sobrou quem as contasse.ira chegar a hora em que livramento se tornara uma cidade fantasma ou so de mulheres porque seus homens estarao sendo escravizados em outro estado? que vergonha para esses politicos que nao fazem nada por ninguem a nao ser por eles mesmos …esse ano teremos mais uma chuva de promessas que nunca serao cumpridas,TOMEM VERGONHA NA CARA SENHORES POLITICOS,E RESPEITEM QUEM OS COLOCOU NO PODER………que deus ajude essa familia que o pai e marido possa voltar para sua familia, e o municipio possa criar oportunidades para evitar esse tipo de malandro que se aproveita da nessecidade do povo para escravisar.

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