Uma santa para Sant’Ana

Escultor santanense constrói réplica da imagem da padroeira com 1,80m de altura

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

 

Horiovaldo Lencina e a imagem de Sant’Ana medindo 1,80m, réplica da original emprestada pela Igreja Matriz

Um mês de trabalho duro, ininterrupto. Horas a fio movidas pela fé, pelo talento e pela vontade de presentear Sant’Ana do Livramento com um presente que deverá ficar guardado para a posteridade, na retina e nos corações de santanenses natos ou visitantes.

 

Essa foi a impressão extraída depois de uma hora de entrevista com o escultor Horiovaldo Lencina, 58 anos, responsável por algumas das mais impressionantes obras em exposição na cidade. Dono de um gosto inigualável e capacidade de dar forma às imagens esculpidas, Lencina recebeu a reportagem de A Plateia em seu ateliê, na tarde de ontem, em uma casa simples na vila Santos, periferia da cidade, para mostrar pela primeira vez a imagem de Sant’Ana, padroeira do município e que foi confeccionada sob encomenda. Com 1,80m de altura, a imagem da santa, copiada com base na imagem original datada de 1934 e emprestada pela Igreja Matriz, impressiona pela riqueza de detalhes e pelo olhar caridoso que atrai rapidamente a atenção daqueles que se aproximam. “Coloquei meu coração e minha alma ao confeccionar esta imagem. Ela é nossa santa, nos representa, e a ela devemos as nossas mais puras e belas orações”, disse o escultor sem arredar pé do lado de sua mais recente obra. Ao longo dos últimos trinta dias, Horiovaldo Lencina, casado, pai de três filhos e três netos que se mostram orgulhosos do seu talento, passou muitas horas em meio a concreto armado, tinta, ferro e extrema dedicação nos detalhes para finalizar a imagem que deverá ficar exposta, segundo ele, em um ponto turístico da cidade, ainda a ser definido.

Material

A imagem que pesa aproximadamente 200Kg, foi confeccionada com pelo menos três sacos de cimento, 12 metros de ferro e duas lâminas de aço. “É muito bom ver as pessoas que olham a imagem e vêm até aqui para deixar flores. Já vieram algumas pessoas, inclusive, para acender velas e rezar aos pés da santa”, contou o escultor, orgulhoso de sua obra. O homem que já fez a estátua de Iemanjá, alvo de polêmica no lago Batuva, diz que seu foco é deixar as pessoas felizes. “Quero que as pessoas lembrem desse trabalho por muitos anos”, finalizou.

Você Sabia ?

A imagem original, doada em função da troca do nome do município, está em exposição no Museu David Canabarro, no centro da cidade

Sant’Ana… mulher nazarena, que apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria, e foi a mais jovem de três irmãs bíblicas. Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de santa Isabel, que geraria são João Batista. Casou-se com são Joaquim, e por muitos anos permaneceu estéril, só dando à luz Maria em avançada idade. Teria morrido pouco depois de apresentar Maria no Templo, consagrando-a a Deus, quando a filha contava apenas três anos de idade. Seu culto se difundiu no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano mandou erguer-lhe um templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes, a veneração se expandiu também pela Europa. Em uma bula (1584), o papa Gregório XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado mês de Sant’Ana. Venerada como padroeira das mulheres casadas, especialmente das grávidas, cujos partos torna rápidos e bem-sucedidos, é também protetora das viúvas, dos navegantes e marceneiros.

 

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