Comunidade mobilizada pela causa dos animais de rua
Pessoas da comunidade e ligadas à Aspa somaram-se à causa em defesa dos animais
Indignada com o descaso com a situação dos animais abandonados, Ione Abreu, uma colaboradora da Aspa, destacou que por certos momentos, a situação foi tratada até com descaso em alguns programas de rádio da cidade. “Existem, aproximadamente, 20 cães que ficam abandonados nas imediações do Parque Internacional, e em um programa de rádio, foi questionado a quem cabia a responsabilidade sobre os animais, se eram brasileiros ou uruguaios. Acho que temos que ter a sensibilidade de buscar o caminho para uma solução. Do jeito que está não dá para ficar, é um abandono não só no centro, mas nas vilas, e sem contar na superpopulação de animais que vêm procriando a cada dia”, destaca.
Para ela, as famílias ainda não têm a consciência da importância da esterilização de animais, o que resulta em filhotes indesejados que são abandonados. “É muito comum encontrarmos 4 ou 5 filhotes abandonados, com muitas doenças, e isso não é uma prática isolada, tem se tornado cada vez mais cotidiana”, completa.
Ione destaca que a participação da comunidade é decisiva para a consolidação de uma ação que resolva a questão. Para ela, seria necessário um trabalho de educação e desenvolvimento de campanhas para uma adoção responsável.
Vereadora Carine Frassoni é autorade lei específica para tratar da questão
A vereadora Carine Frassoni destacou que, desde que assumiu seu mandato, teve uma preocupação muito grande com as questões da comunidade santanense em relação ao abandono de animais e também à superpopulação dos mesmos em situação de abandono, nas ruas do centro e bairros da cidade. “Nós acabamos por elaborar um projeto de lei que dispõe sobre o controle da natalidade de cães e gatos, no qual o executivo fica autorizado a fazer este controle e também a conveniar com qualquer tipo de Ong ou entidade para a realização de um trabalho, que não seria apenas de esterilização de animais, mas também de fazer um levantamento, um estudo nos bairros, onde é necessário que houvesse uma atuação mais específica, inclusive com trabalhos de orientação nas escolas”, destaca.
Ela afirma, ainda, que é necessário educar a comunidade sobre práticas de proteção aos animais e ainda sobre a posse responsável dos mesmos.Sobre a Lei
Como a lei n° 5.904, de autoria da vereadora, nunca foi colocada em prática, ela veio pedir apoio ao Ministério Público para que o mesmo providenciasse uma mediação com o executivo municipal para que uma solução possa ser dada à comunidade, que em suas palavras “anseia por isso”. Ela destacou que o pedido chegou ao MP porque a lei não é coercitiva, ou seja, não obriga, somente autoriza. “Depende muito da vontade do poder executivo de colocar em prática, mas o que de fato o executivo tem é que prestrar este serviço à comunidade e de alguma forma ele tem que fazer acontecer esta política de controle de natalidade e zoonoses nos animais abandonados da cidade”, completa.
Ao fim do encontro, a vereadora também mostrou-se otimista com o direcionamento que a questão está tomando e também com o interesse demonstrado por todas as partes envolvidas com a questão dos animais abandonados na cidade.