Municipários vão parar por 3 dias

Executivo foi cientificado pelo Sindicato dos Servidores Municipais ontem, pela manhã, da ação que terá início na segunda

Grupo de servidores foi até a Prefeitura ontem para notificar o Executivo sobre a decisão da assembleia de paralisar por 3 dias, tendo sido recebido pelo Secretário de Administração Fabrício Peres da Silva

Uma assinatura e um aperto de mãos. Assim foi o desfecho do rápido encontro entre sindicalistas e representação do Executivo.

Liderados pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, José Carlos Silva, funcionários subiram a escadaria do palácio Moysés Vianna até o gabinete do Prefeito.

Encontraram o secretário Fabrício Peres da Silva, da Administração, que, dada a ausência do primeiro mandatário, recebeu a notificação dos servidores sobre a paralisação por 3 dias que a categoria realizará a partir de segunda-feira, 19 de maio. José Carlos Silva comunicou oficialmente sobre a decisão da assembleia dos servidores, realizada na noite de terça-feira, no Clube Cruzeiro do Sul, quando 583 funcionários municipais foram unânimes em decidir pela paralisação temporária das atividades, não descartando o indicativo de greve por tempo indeterminado. 

A definição da classe 

“O desejo dos trabalhadores não é ficar refém do governo ou de um gestor que impõe. Nos manifestamos, tomamos decisões. Ficamos definidos, por unanimidade dos 583 que assinaram a lista de presenças do Sindicato, de um total de mais de 1.100, decidiram paralisar na segunda, terça e quarta. Protocolamos a notificação ao Prefeito como é previsto na legislação” – referiu Gerson Pereira, o conhecido Jacaré, diretor de Formação do Sindicato dos Servidores Municipais.

O servidor deixou claro que a classe registra também até uma indignação pela animosidade que foi criada. “Comunicamos à sociedade para que esta não se volte contra os trabalhadores da Prefeitura. Na casa de 30% vão permanecer trabalhando, sem dúvida” – disse.

O sindicalista enfatiza que se não houver avanços, o indicativo é de greve. “É a vontade dos trabalhadores, já que nós apontamos as saídas para que o Município possa dar um aumento de acordo com o que foi solicitado. Somos 1.200 servidores que carregam o piano e eles são 1.000 cabos eleitorais; ou seja, 649 contratos, 220 estagiários e 110 CCs. Se fizer o cálculo dá mil. Apontamos: diminuir um pouco de cabo eleitoral, mais o recurso da eólica que vai aportar, o recadastramento do IPTU e ITR. São incrementos na arrecadação e a cereja do bolo: o Fundopimes. Terminou o sequestro. Temos os dados na mão. O Fundopimes representava para a Prefeitura entre R$ 320 mil e R$ 360 mil, que eram sequestrados mês a mês direto do ICMS. Fizemos o impacto financeiro. Dá R$ 50 mil. Um pedacinho do Fundopimes. Para remunerar, na folha, 1.000 trabalhadores para uma prefeitura desse porte, não pode ser? Quando vêm para a mídia dizer que não sabem de onde tiramos os dados, é óbvio que o sindicato tem essas informações” – atesta.

O diretor de Formação do Sindicato dos Municipários informou que também foi eleito o comando de mobilização, com representantes de secretarias e autarquias, que deverá manter conversações com os funcionários nos respectivos setores.

Gerson Pereira deixa claro que será realizada, após os três dias de paralisação, uma nova assembleia e, em não havendo qualquer outra manifestação do Executivo, o caminho deverá ser colocar em votação a deflagração de greve do funcionalismo por tempo indeterminado. Essa é uma resposta que somente será dada à coletividade na próxima semana.

Ontem pela manhã, o secretário Fabrício Peres da Silva, da Administração, recebeu, assinou a cientificação e comentou a decisão. “Sabemos da posição de paralisação por 3 dias. Lamentamos, porque o governo fez todos os esforços para apresentar proposta à categoria, um índice acima do INPC, que é 6%. Isso gera impacto na folha de 10%, porque temos os 4% do anuênio. Apresentamos proposta de pagamento de licenças de 2012, o que totaliza R$ 1,5 milhão. Apresentamos o calendário de pagamento a partir do mês que vem e a grande proposta é a instituição do vale-alimentação para todos os servidores a partir de março de 2015, ou seja, assim que termine o pagamento das licenças” – sintetiza o Secretário. De acordo com ele, o prefeito Glauber Lima deixou claro que não há mais possibilidade de incrementar o percentual.

“Infelizmente não foi aceito pela categoria. Colocamos que índice de reposição seria irresponsabilidade do prefeito Glauber e ele, quando me determinou a negociação com a categoria, foi taxativo e disse: ‘vai no limite da responsabilidade, eu não quero ser Prefeito que atrase salário de servidor” – disse.

Conforme Fabrício Peres da Silva, o impacto na folha – só dos 6% – é de R$ 4 milhões e 200 mil até 31 de dezembro. “Isso não é pouca coisa. Já fomos notificados pelo Tribunal de Contas do Estado pelo limite prudencial de gastos com pessoal. Não temos mais margem. Estamos recuperando a arrecadação do município, mas isso é a médio prazo” – conclui o titular da pasta da Administração.

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