Falta de estrutura em pista leva skatistas às ruas

Reestruturação de pista fica na promessa, fazendo com que praticantes procurem as vias públicas para a prática do esporte

Local fica lotado durante os fins de semana


Estrutura da pista necessita de reforma e ampliação

Durante as férias, a prática do skate é uma das atividades que mais atrai e diverte os jovens da Fronteira da Paz, que tomam conta das ruas de Sant’Ana do Livramento e Rivera, como forma de lazer e estilo de vida. Porém, a prática em vias públicas está chamando a atenção da comunidade, principalmente sobre os perigos de praticar o esporte radical em locais inapropriados, o que leva os próprios skatistas a cobrarem melhorias nas pistas de skate, que são os locais ideais para o exercício da atividade.

Andando pelas ruas da Fronteira, é possível encontrar, todos os dias, centenas de jovens deslizando em seus “carrinhos”, pelas principais ruas da cidade, dividindo espaço com os carros e motos. Essa prática acaba pondo em risco a integridade física, tanto de quem está andando de skate, quanto de quem está circulando nos veículos, aumentando os riscos de acidentes.

Falta de segurança também afasta esportistas do local

Segundo o inspetor de trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, Luís Fernando Reppetto, não há uma legislação que regulamente a utilização de vias públicas para a prática do esporte: “Não há uma regulamentação no Código de Trânsito Brasileiro que proíba ou aplique regras para a prática de skate nas vias de circulação pública. Porém, cabe a recomendação de que é muito perigoso andar nas ruas, pois coloca em risco a integridade física tanto dos skatistas, quanto dos condutores, que muitas vezes são surpreendidos pelos skatistas”. O inspetor ressalta a importância da conscientização dos skatistas, pois mesmo não tendo condições ideais, há locais apropriados para a prática do esporte na Fronteira: “Andar de skate na rua é muito perigoso. Peço que os pais e responsáveis pelos jovens (maiorias dos praticantes) incentivem seus filhos a andarem em locais apropriados, como as pistas de Livramento e Rivera, que mesmo com seus problemas, são os locais habilitados para isso. Respeitamos o skate como meio de transporte, porém em via pública não é o ideal”.

Pista de skate carece de estrutura, apesar do espaço para ampliação

Segundo um grupo de skatistas, a prática do esporte nas ruas está ocorrendo com maior frequência neste ano porque a principal pista da Fronteira carece de estrutura e segurança para os praticantes. Em Sant’Ana do Livramento, a pista de skate construída há aproximadamente oito anos, localizada na Praça Oriovaldo Grecellé, popular Praça das Bandeiras, é o ponto de encontro de skatistas que procuram um local apropriado para a prática do esporte, lotando o espaço, principalmente nos fins de semana. Mas a realidade da pista não é das melhores – a falta de espaço construído e estrutura adequada, a falta de segurança, iluminação e o abandono da pista, são as principais reclamações dos esportistas que procuram o local diariamente.

 

Segundo o estudante e skatista Leonardo Mid, o grupo do qual faz parte prefere andar de skate na pista, porém com o estado atual do local eles estão utilizando as ruas para praticar: “A gente prefere andar na pista, pois há um grau maior de dificuldade por ter obstáculos, porém, como o estado de conservação dela está péssi mo, estamos utilizando as ruas, até mesmo por não contar com outro espaço apropriado em Livramento, somente em Rivera, que fica muito longe. Na pista uruguaia, vamos à noite, pois tem iluminação, ao contrário do que ocorre em Livramento, mas o problema é a distância até lá”, comentou Leonardo.

Para o também estudante Felipe Borges, não há segurança no local, o que afasta muitos esportistas que poderiam estar andando de skate na localidade: “Não há segurança na pista, já foram registrados assaltos, brigas e o uso de drogas ali. Também já vimos moradores de rua que utilizam o local como banheiro. Para andarmos ali, só em grupo, assim tentamos evitar maiores transtornos. Também não me sinto seguro andando na pista, pois falta estrutura de segurança para os praticantes”.

Felipe Borges – 16 anos
Estudante do General Neto
“Andar de skate me traz a sensação de liberdade. Sinto-me muito bem praticando o esporte”

Vinicius Andrade – 17 anos
Estudante do Professor Chaves
“Tenho a prática do skate como um momento de lazer. Ando de 3 a 4 vezes por semana, para me divertir com os amigos”

 

 

Mauro Willian – 16 anos –
Estudante do General Neto
“Ando de skate por diversão e curto muito. Levo o skate no meu dia a dia, até no estilo que vou me vestir, é uma cultura que levo comigo”

 

 

 

Segundo os skatistas, já foi realizado um pedido de ampliação e reforma do local, há mais de oito meses, com a presença de autoridades no local, que na oportunidade prometeram melhorias e a ampliação da pista, inclusive através de emendas parlamentares, porém até o momento, nada foi feito. Segundo a secretária Executiva daSecretaria de Cultura, Esporte e Lazer, Pâmela Bond, no momento, não está em curso uma ampliação ou manutenção da pista, porém, já iniciaram conversas visando à implementação de um projeto de revitalização e ampliação: “A ampliação da pista de skate municipal é um dos objetivos da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. Ainda não foi viabilizado um projeto, mas já iniciamos conversas a respeito disso. Sant’Ana do Livramento necessita de um local adequado para que os jovens saiam das ruas e pratiquem o skate em segurança, por isso é nossa intenção ampliar o local, porém não há uma data concreta, a curto prazo, para que isto ocorra”, afirmou Pâmela Bond.

Outra reclamação dos praticantes do esporte é que não há incentivo para o desenvolvimento do skate na cidade, faltando a organização de competições e patrocínios para que atletas disputem em outras localidades. Para o skatista Maradona, não há futuro para quem quer ser profissional do skate em Livramento: “A falta de incentivo impede a profissionalização do esporte aqui. Tem muita gente boa andando de skate em Livramento, estamos perdendo muitos talentos. Já faz mais de três anos que não ocorrem competições no município”, lamentou Maradona.

Maradona, 17 anos,
Estudante do Professor Chaves
“Tenho o skate como um estilo de vida. Se eu não andasse de skate, não sei o que seria de mim”

 

 

 

 

Com o crescimento da prática do skate, cabe o alerta quanto à segurança dos praticantes:

A utilização de capacete, cotoveleira, joelheira e luvas entre os adeptos do esporte, ajuda a evitar riscos de lesões graves e mortes. Evitar andar em ruas, avenidas e locais movimentados ajuda a evitar acidentes.

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