Inicia a contagem regressiva para o término do prazo de realocação
Ontem, prefeitura determinou que tapumes fossem colocados ao redor da praça, mas trabalhadores não deverão sair dali
Sábado, 30 de novembro. Essa é a data final para que a prefeitura de Livramento realizasse a realocação dos camelôs, retirando-os da avenida João Pessoa, junto à praça General José Antônio Flores da Cunha (Praça dos Cachorros). Esse prazo não será cumprido. Os vendedores deverão continuar no mesmo local, se depender da municipalidade, pelo menos até o início do próximo ano.
Durante as últimas horas, contatos com camelôs naquela região deixam claro que há expectativa, apreensão e falta de informações por parte dos trabalhadores, os quais afirmam que ainda não foram procurados para qualquer encaminhamento. Não ocorreu também qualquer manifestação de lideranças dos camelôs, que preferem aguardar o término do prazo e o desfecho que será dado para a questão, que se arrasta há vários anos.
No que tange à área de estacionamento do cinema Internacional, hoje propriedade da sucessão de Paulo Jobim de Moraes – alvo de desapropriação por parte do município – há registro desde 2005, quando segundo o portal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, na internet, o processo foi distribuído na 2ª Vara Cível, no mês de agosto.
De lá para cá, ocorreram audiências, reuniões, foi estruturado um grupo de trabalho e o município assinou um termo de ajustamento de conduta. Ocorreram outros processos, entre os quais a ação pública para liberação da Praça dos Cachorros, essa tendo originado um outro processo na 1ª Vara Cível.
Em tese, um é dependente da decisão do outro e esse é um dos pontos que foram levados em consideração.
O Executivo, no início deste ano, requereu à juíza Carmen Lúcia Santos da Fontoura, da 1ª Vara Cível, um prazo até 30 de novembro para encaminhar a solução. A magistrada concedeu. De lá para cá, em várias oportunidades, interrogações e ausência de executabilidade foram a tônica.
Vice-prefeito afirma que não adianta tomar medida paliativa
Ontem, o vice-prefeito Edu Olivera, à tarde, deixou claro que os camelôs não serão retirados da Avenida João Pessoa. “Não adianta nada transferir as pessoas sem lhes dar infraestrutura. Vamos, isso sim, fechar a praça Flores da Cunha. Já estamos colocando os tapumes” – confirmou. “Nós, agora, começamos a discutir alternativas, já que ainda não fomos imitidos na posse da área desapropriada, o estacionamento do cinema Internacional. Com o advento dessa decisão de governo referente à educação básica nos concentramos nesse tema e acabamos deixando um pouco de lado a questão dos camelôs, mas continuamos atrás da imissão na posse da nova área e vamos buscar o bom senso do juízo ante o esgotamento do prazo” – manifestou o segundo em comando do Executivo.
Edu Olivera afirma que não adianta qualquer medida paliativa, pois seria transferir o problema de um lugar para outro. “Até mesmo dentro do governo há pessoas que sugerem: ‘coloca na praça Argentina, coloca no estacionamento defronte ao Panorama’, enfim… Mas não podemos fazer isso, estamos tratando com pessoas e precisamos dar a elas uma infraestrutura que deve ser edificada. Queremos receber a área e poder edificar” – afirma.
O vice-prefeito afirma que a multa fixada em R$ 5.000,00 por dia será recolhida. “Vamos pagar a multa, se ela nos for cobrada, mas estamos tentando sensibilizar o juízo. Até porque esse dinheiro, na prática, é uma poupança forçada que deverá ser reutilizada, até mesmo para investir na própria praça. Não se perde, já que vai para um fundo específico, em uma conta, e será revertido, depois, em favor da comunidade” – defende.
“Infelizmente, chegou a data combinada e não temos a imissão na posse, e mesmo que tivéssemos, agora, não teríamos condições, sequer físicas, de realizar um investimento em tempo hábil. Eles deverão permanecer onde estão até o início do ano. O Planejamento (secretaria) nos entregou um projeto para a área que consta em processo de desapropriação, na ordem de R$ 250 mil, e com algum reajuste conseguimos reduzir para R$ 180.000,00” – disse ele, afirmando que o município já depositou os valores respectivos à imissão, R$ 150 mil e as custas, em torno de R$ 15 mil.
“Sempre demonstramos boa fé e bom senso em resolver o problema e esperamos que o juízo seja sensibilizado. Para que se tenha uma ideia, sem a imissão na posse não pudemos fazer nada, sequer entrar no local. Para medir a área tivemos que ser acompanhados por um oficial de justiça, com ordem judicial” – recorda.