Falta de um veículo em boas condições mecânicas limita ações e atendimentos do Conselho Tutelar

Um Fiat Palio ano 2000, vermelho, motor argentino, em precárias condições. Esse é o único meio de deslocamento de que o Conselho Tutelar dispunha.

O veículo, entretanto, registra um entra e sai constante das oficinas mecânicas. Resultado: ou as conselheiras utilizam veículos próprios ou emprestados da Secretaria de Assistência Social. As ações e atendimentos acabam sendo prejudicados em função da carência de infraestrutura e meios, fazendo com que o trabalho necessário acabe se transformando em transtornos e mais transtornos, pois a média de atendimentos é superior a 20 por dia. Pior.

Não são apenas os deslocamentos prejudicados ou o transporte de menores, quando necessário. As chamadas que são recebidas pelas conselheiras acabam sendo atendidas com atraso pela precariedade de condições. Esse é um entre os vários pontos que abrangem a falta de infraestrutura que as cinco conselheiras titulares enfrentam.

Outra situação é a falta de recursos. Com a inexistência de um local específico para abrigar os menores envolvidos nas ocorrências, há narrativas, inclusive, da necessidade de uso de serviços de hospedagem na hotelaria local. O problema é a falta de recursos para pagamento de diárias.

Estes foram alguns dos temas abordados pela rádio RCC FM, na manhã de ontem, durante o programa Jornal da Manhã, no qual participaram a conselheira Alcina da Rosa e a secretária de Assistência e Inclusão Social, Marilú Suarez.

A fim de equacionar a situação, uma reunião com o prefeito municipal Wainer Machado foi combinada entre a titular da Assistência e Inclusão Social e a conselheira.

Conselheira Alcina da Rosa

Mais votada, com 635 votos, na recente eleição para o ente que trabalha no cuidado à infância, a conselheira Alcina da Rosa não esconde a indignação com a falta de condições e faz, publicamente, cobranças das autoridades constituídas. Quer um veículo em condições para atender as ocorrências envolvendo o Conselho Tutelar. Responsabiliza diretamente a Prefeitura e os vereadores, querendo atitude imediata para solucionar esta, entre outras questões.

“Ontem (segunda-feira), em um atendimento, tivemos, mais uma vez, que empurrar o carro. A secretária Marilu viu o sacrifício que passamos. Não há mais condições de continuar assim. Temos muito trabalho. Só no meu plantão tenho 20 atendimentos por dia” – diz. “Passei o dia todo empurrando o carro do Conselho. Está sempre estragado. A gente ganhou esse carro há três anos. Paramos na frente da Secretaria de Assistência Social, com uma senhora que fomos levar, e o carro não saiu mais do lugar. Já fiz uma ocorrência hoje de manhã na minha moto. Não adianta mandar o carro azul emprestado, porque o Conselho Tutelar tem que ter seu veículo” – diz a conselheira Alcina. Segundo ela, o veículo já foi muito utilizado e não acompanha o ritmo do Conselho Tutelar. “Não tenho condições de atender meu plantão. Nós somos atrelados à Assistência Social, eles se esforçam” – sintetiza ela, fazendo um alerta para os candidatos a sucessão do atual governo, de que é fundamental que conste nas propostas quais as respectivas posições em relação ao Conselho Tutelar.

“Nada contra a Marilu, ela viu nosso sacrifício. Ela se esforça, ela faz o que pode, mas não é ela quem determina. Estou cobrando do Prefeito, dos vereadores e, por isso, estou dizendo que os candidatos no próximo ano têm que ter como prioridade, em compromisso sério, o Conselho Tutelar. Eu quero um carro definitivo para o Conselho Tutelar, infraestrutura. Alguém tem que equipar o Conselho. As pessoas procuram nossos serviços” – diz.

“Outra coisa, as diárias são uma briga. Me sinto constrangida e humilhada, pois as diárias para levar esses guris para fora da cidade, só com ordem judicial” – refere.

 

 

Titular da Assistência e Inclusão Social, Marilú Suarez

A secretária de Assistência e Inclusão Social, Marilu Suarez, informou que o carro saiu da oficina. “Eu sou uma pessoa muito séria, cumpro com meu serviço. O carro saiu da oficina ontem (segunda) e passa estragando. Tenho todos os valores do que se paga com esse carro do Conselho” – disse ela.

A secretária considera que é impressionante o que é gasto com os consertos do veículo Palio. “Ela diz que tem que trabalhar 24 horas, mas ninguém consegue trabalhar 24 horas” – responde Marilú Suarez. Conforme a secretária, sempre que necessário, é disponibilizado outro carro para o Conselho Tutelar, o da Assistência Social.

“Não há recursos para comprar carro, o Conselho não dispõe de dinheiro para isso. Além do mais, os veículos que eu tenho são federais, um do CRAS, outros do CRES e da Bolsa Família e eu não posso emprestar para o Conselho Tutelar” – destaca a secretária.

“As coisas devem ser cuidadas, os carros andam à toda e não pode ser assim. Não posso estar lá controlando o carro. Aliás, a secretaria paga o combustível, essa é a sua função. Em emergências, a gente sempre consegue carro para o Conselho. Outro dia, um dos veículos da secretaria passou o tempo todo à disposição delas” – diz referindo-se às conselheiras. “Alcina que venha até a secretaria, que vamos marcar uma reunião com o Prefeito para tratar desse assunto, que não deve e nem pode ser tratado assim, pelo telefone” – disse Marilú Suarez.

 

 

 

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